terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Chega de saudade

Estou lendo Chega de Saudade - A história e as histórias da Bossa Nova, do Ruy Castro, e estou gostando bastante. O texto é divertido e flui legal.

Ainda estou no comecinho, no trecho que relata como João Gilberto veio parar no Rio de Janeiro para ser crooner de um grupo vocal, os Garotos da Lua. Eu não gosto de João Gilberto, acho a voz dele muito anasalada. Jamais poderia imaginar que ele foi um crooner (e bem-sucedido!) de um grupo vocal. Está sendo muito interessante descobrir essas coisas a respeito dele.

Tem um pedaço engraçado que fala sobre quando João Gilberto veio para o Rio integrar os Garotos da Lua, que eram regulares na Rádio Tupi e, portanto, uma oferta irrecusável para o rapaz que queria ser um cantor famoso, um novo Orlando Silva. Como o serviço não daria verba o suficiente para ele se sustentar, sua família, bem relacionada, arranjou-lhe um emprego no gabinete de um deputado federal. Mas nem como funcionário público fantasma o João Gilberto deu certo! O trecho:

A carta de recomendação de tio Walter a outro tio seu, o deputado baiano Rui Santos, casado com uma irmã de sua mãe, valera a João Gilberto um cargo remunerado como escriturário no gabinete deste, na Câmara dos Deputados do Distrito Federal, no Centro (...). Ele foi contratado, mas a carta esquecera-se de acrescentar que o novo funcionário não teria a obrigação de comparecer ao trabalho. João esquecia-se de cumprir até o dever mínimo do funcionário exemplar: pendurar o paletó no cabide, ir à vida e passar para recolhê-lo ao fim de cada expediente. Um ano depois de nomeado, quando a ausência de seu paletó no cabide começou a ficar excessivamente conspícua no Palácio Tiradentes, tiveram de demití-lo.
E uma trilha sonora apropriada para este post:

Joao Gilberto(Tom Jobim/Vinicius) - Chega de Saudade

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