terça-feira, 26 de maio de 2009

O duende da limpeza

No filme Sinédoque, Nova York, há uma parte em que uma das personagens contrata uma diarista e só se comunica com ela através de bilhetes - nunca há interação entre as duas mulheres. Quando vi no cinema, ri, porque é exatamente o que está acontecendo comigo: não sei o nome da diarista que vem à minha casa, nem como é seu rosto.

Não, eu não sou maluca de sair colocando uma completa desconhecida na minha casa. Ela é irmã de uma antiga diarista minha, que não pôde assumir minha casa porque já está com a semana lotada. Ela apenas passou a chave da minha casa para a irmã que, quinzenalmente, vem fazer a faxina aqui.

Saio de manhã antes de ela chegar, e, quando volto do trabalho, ela já se foi. O único rastro de que ela passou no meu apê é a limpeza e a arrumação. Por isso, passei a chamá-la de duende da limpeza, meio como uma fada do dente ao contrário: eu deixo dinheiro em cima da mesa como oferenda e, ao chegar em casa, está tudo limpo e arrumado.

Já estamos nessa dinâmica há dois meses, mas hoje o duende resolveu se apresentar. Chegando em casa, encontro uma nota em cima da mesa do computador: "Oi. Meu nome é Virlei. Meu celular é XXXXX".

Então o duende tem nome... Muito prazer, Virlei!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O leitor

Uma de minhas atrizes preferidas é a Kate Winslet, como já cheguei a comentar aqui num post celebrando o oscar que ela conquistou este ano, pelo filme O leitor. Finalmente tive a oportunidade de vê-lo e comprovar que a premiação não foi desmerecido e ela ganhou o oscar mesmo com todo o louvor.

Não que eu estivesse surpresa com o resultado da premiação da Academia. Como fã, já conheço e admiro o trabalho de Kate há muitos anos para me surpreender com um prêmio que era seu de direito. Mas é que o filme é todo ela. Como a figura mitológica de Atlas, que leva o mundo nas costas, Kate Winslet é toda a sustentação de O leitor. Sem ela, a trama não seria lá essas coisas.

A história é bonita, e prefiro não comentá-la para não gerar spoilers - mas é só isso. O aprofundamento do personagem de Ralph Fiennes é deficiente - e olha que ele era o protagonista. Kate dá variadas nuances à sua Hanna Schmitz: aspereza, doçura, inocência, amargura. Um trabalho sofisticado de construção de personagem que deveria ser estudo de caso nas mais prestigiosas escolas de atuação.

Também vale pontuar algo mais. Uma das coisas que incomodaram muitos espectadores americanos foi o fato de ela aparecer nua em muitas cenas. Só posso interpretar como clássico puritanismo de lá, porque em nenhum momento as cenas são de mau gosto ou desnecessárias. A nudez crua, sem retoques nem silicone (ela até deixou o cabelo do sovaco crescer), é de uma generosidade, de uma entrega que poucas atrizes se permitem. E, felizmente, Kate é uma delas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Beam me up, Scotty!

Os fãs mais hard-core da série não vão gostar do novo filme do Star Trek. Mas não meeeesmo! O J.J. Abrams jogou tudo o que se sabia sobre a série pela janela, subverteu a ordem no universo trekker (de uma maneira bem esperta, diga-se de passagem) e resetou a série.

As alterações não foram bem recepcionadas pela maioria dos fãs, mas devo confessar que eu a-do-rei o filme. Adorei. Dinâmico, engraçado e com um rasguinho de ciência, tudo na medida!

Novos rostos para a velha tripulação da Enterprise

E eu acho que esse novo universo do Star Trek tem espaço - inclusive, gostaria que não parasse neste filme e houvesse continuações para essa nova tripulação. Para a história antiga, eu tenho os DVDs da série original, não preciso de um filme que desse continuidade a ela.

Não sei como será o rendimento do filme, pois foi lançado colado com Wolverine e Anjos e Demônios e isso pode prejudicar - e muito! - a ideia de uma sequência. Só posso torcer para que Kirk, Spock, McCoy, Scotty, Sulu, Uhura e Chekov ainda tenham o velho poder de atração - embora com uma nova roupagem.

P.S.: pelo que me lembro, Kirk não disse no filme novo a clássica frase que dá título a este post. Mas, também, não posso por a mão no fogo: estava tão animada em ver o filme que certamente terei de vê-lo de novo, para perceber mais aspectos da trama.

sábado, 16 de maio de 2009

Que bonito é...

O início da semana foi meio pesado com a morte do Pit, mas, aos poucos, vou voltando ao normal. Acaba que nem contei ainda sobre minha experiência ao entrar pela primeira vez no Maracanã!

Fui lá no dia das Mães, no jogo entre Fluminense e São Paulo. Na verdade, sou flamenguista, mas acabei ficando mesmo na torcida são-paulina (até por similaridade das cores entre os dois times).

Eu no Maraca

O astral é maravilhoso e o campo não é tão gigantesco quanto as câmeras de televisão fazem parecer nas transmissões das partidas. Mesmo não torcendo para o São Paulo, devo admitir que o clima acaba envolvendo a gente e berrei e xinguei os jogadores (e o árbitro, claro) tanto quanto o mais empedernido torcedor do tricolor paulista. Estou meio rouca até hoje!*

A meta agora é ir a um jogo do meu Mengão... E vamos que vamos!

*(se fiquei rouca num jogo do São Paulo, vou ficar completamente afônica depois de uma partida do Fla!)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Adeus, meu amigo...

Estou no trabalho e o celular toca. É minha mãe, que mora em outra cidade e nunca me liga no horário de trabalho (nem no meu horário, nem no dela).

"Oi, filha, você está com a sua irmã?"

"Não, mãe, estou no trabalho, em reunião. Não sei que horas volto para casa."

Silêncio.

"Sabe que é, filha, é que o veterinário esteve lá em casa e o Pit não está bem do coração, está doente."

Meu cachorrinho Pit

Pit é o cachorro de 17 anos que tenho desde menina e que, infelizmente, não pude trazer para o Rio quando me mudei para cá. Minha mãe jamais telefonaria no horário de trabalho só para dizer que ele estava doente. Desconfio do pior.

"Mãe, você não está só dizendo isso para amortecer o impacto da notícia, né? O Pit já está morto?"

Depois de um pequeno silêncio, ela diz "Não" três vezes. As três vezes não me convencem e desligo o telefone certa de que ele morreu.

As horas no trabalho não passam e, ainda por cima, me forço a ir à academia. Não consigo me concentrar nos exercícios e vou embora para casa mais cedo.

A cada passo mais perto de casa, minhas pernas enfraquecem, ficam pesadas, e meus olhos ardem. Quando finalmente fecho a porta atrás de mim, dou vazão às lágrimas e reúno coragem para ligar para a casa dos meus pais e confirmar a triste notícia.

Jamais haverá outro cachorro como o Pit. Um vira-lata inteligente, valente e, sobretudo, companheiro. Durante seu "reinado" como bicho de estimação na nossa casa, tivemos mais dois cachorros que não conseguiram se adaptar a ele (e nem ele aos outros), nos levando ao dilema do "ou eu ou ele". Sempre escolhemos o Pit.

Dos 11 aos 28 anos ele foi meu amigo. Vivi mais tempo da minha vida com do que sem ele; como, de repente, me acostumar à sua ausência?!

Poucos entendem a dor que sinto e sei que posso até virar piada para algumas pessoas, para quem cachorros são apenas animais irracionais e inferiores a nós. Isso é porque elas nunca tiveram um Pit em suas vidas.

Só posso agradecer a Deus por ter me abençoado por 17 anos com esse cachorro sensacional. Vai com Ele e São Francisco de Assis, meu amigo! A gente ainda se encontra um dia.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Google-ditadura

Meu post sobre o Air Supply não gerou o efeito que eu esperava. Queria divulgar o trabalho do grupo, mas como - na inocência - coloquei link para o download de uma música deles, o Google disse que eu estava infringindo os direitos autorais e achou por bem deletar todo o post, sem mais. Em vez de me alertar, para que eu pudesse consertar meu erro, optaram logo pela atitude punitiva e arbitrária. Simplesmente lamentável.