tag:blogger.com,1999:blog-22415837590006895302024-03-13T19:08:14.719-03:00Jujubas e DelicadosO lado doce da vidaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.comBlogger143125tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-25766282998922818172012-07-19T09:02:00.002-03:002012-07-19T09:02:49.896-03:00"Baudolino", do Umberto EcoEssa é a segunda resenha que fiz para o vlog, sobre o <i>Baudolino.</i><br />
<i><br /></i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/B0pTZp7BAXg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<i><br /></i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-58958401501329067032012-07-17T21:25:00.001-03:002012-07-18T09:10:44.601-03:00Sds"De: carmela@empresa.com.br<br />
Para: jose@empresa.com.br<br />
Assunto: Formulário<br />
<br />
Caro sr. José,<br />
<br />
Preciso que o sr. nos envie, com urgência, a segunda via do formulário para solicitação de material ao almoxarifado.<br />
<br />
Sds,<br />
<br />
Carmela"<br />
<br />
"De: jose@empresa.com.br<br />
Para: carmela@empresa.com.br<br />
Assunto: Re:Formulário<br />
<br />
Oi Carmela! Já passo aí para entregar o formulário.<br />
<br />
Também estou com saudades, mas, poxa, a gente nem trabalha tão longe assim! Dá uma passada na minha mesa de vez em quando...<br />
<br />
Beijos,<br />
<br />
José"Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-76749511700002698182012-07-14T14:55:00.000-03:002012-07-14T14:57:10.707-03:00Minha pilha de livrosO blog anda meio (muito!) abandonado, mas isso não quer dizer que estou paradona, sem fazer nada. Desde o início do ano estou envolvida com um vlog que mantenho no Youtube, o <a href="http://www.youtube.com/minhapilhadelivros">Minha pilha de livros</a>. A proposta é resenhar alguns livros que eu li e dividir minhas impressões a respeito dessas obras.<br />
<br />
O primeiro vídeo está bem tosco, iluminação péssima e eu não paro de fazer caretas (rs).<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/imHo2NCj3ds?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Desde esse primeiro vídeo, acho que melhorei bastante a questão das caretas (rs) mas a qualidade da imagem ainda é ruim porque utilizo minha câmera digital para gravar, e ela não é HD. Aliás, o dia em que eu começar a gravar em HD será também o dia em que terei que aprender a fazer maquiagens decentes, pois todos os defeitos ficarão visíveis!<br />
<br />
Vou repostar aqui, aos poucos, o material que já tenho lá.<br />
<br />
É isso!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-57225800592603399562011-11-30T22:13:00.001-02:002011-11-30T23:00:12.479-02:00Nos braços do Morfeu (ou da Morfina?)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-jGj2TW3a35E/TtbRju1f8vI/AAAAAAAAAZw/mUEXRJuJJu0/s1600/sleeping-snoopy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://1.bp.blogspot.com/-jGj2TW3a35E/TtbRju1f8vI/AAAAAAAAAZw/mUEXRJuJJu0/s200/sleeping-snoopy.jpg" width="200" /></a></div>
Li recentemente uma pesquisa que diz que as mulheres costumam sonhar com mais frequência e a se lembrar mais de seus sonhos do que os homens.<br />
<br />
Não contrario a regra: meus sonhos chegam a ter uma riqueza de detalhes quase cinematográfica. E lembro deles constantemente, compondo uma verdadeira coleção de sonhos memoráveis.<br />
<br />
O mais célebre deles foi quando sonhei que era campeã de patinação no gelo. Sonhei que eu e meu namorado de então fazíamos uma dupla de patinação no gelo e que éramos os primeiros brasileiros a conquistar uma medalha de ouro nas Olimpíadas de Inverno. A riqueza de detalhes era impressionante: sonhei com o momento de subir ao pódio, a medalha um tanto pesada pendurada em meu pescoço; a execução do hino nacional enquanto a bandeira brasileira era hasteada, fazendo com que eu tivesse uma crise de choro, de pura emoção. Sonhei até com o nosso retorno ao país, recebidos no aeroporto pela mídia em peso. Nosso sucesso foi tão imediato que logo fomos convidados a estrelar uma peça de teatro, a qual meu parceiro resolveu não participar, por timidez. Eu tentava instigá-lo a atuar: "Oras, patinamos naquele rinque na frente de tantas pessoas, encarar a plateia de um teatro vai ser moleza!". E o sonho terminava aí.<br />
<br />
Obviamente, acordei às gargalhadas.<br />
<br />
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***</div>
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<br /></div>
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É lógico que nem tudo são flores: também tenho meus pesadelos, e a riqueza de detalhes é a mesma, infelizmente. Lembro-me que, na época do vestibular, sonhei repetidas vezes que estava fugindo e era sempre abatida com um tiro nas costas. Toda noite era o mesmo pesadelo, e se eu acordasse antes do desfecho trágico, assim que voltasse a dormir o pesadelo retomava do ponto onde tinha parado, como um filme no pause. Foram noites a fio nessa rotina, mesmo eu tendo experimentado todos os meios para se evitar pesadelos: não comer demais antes de dormir, ir dormir cedo, dormir bastante, não beber água antes de dormir. Os pesadelos continuaram por mais de um mês, até que, assim como vieram, se foram. E eu nunca soube de que estava fugindo - muito menos porque queriam tanto me ver literalmente pelas costas.</div>
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***</div>
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O último sonho memorável que tive ocorreu há algumas semanas. Sonhei que era convidada para dar aula para uma turma de adolescentes e, assim que chegava à escola, me dava conta de que não fazia a menor ideia de que disciplina eu viria ser a professora. Ia chegando o momento da aula e eu nervosa: cadê a ementa do curso? Que disciplina devo ministrar? Eu circulava pelos corredores da tal escola, uns labirintos confusos como uma Hogwarts tupiniquim - cheguei mesmo a invadir um ensaio de teatro escolar, pedindo direções sobre como achar a coordenação. Por fim, eu chegava na sala dos professores, onde encontrava uma ex-colega de trabalho (na vida real), provavelmente quem havia me convidado. Eu lhe disse: "Oi, Fulana, a aula vai começar daqui a uma hora, mas não sei ainda qual é a minha disciplina". "Ah, sim: você vai ser a professora de Confusão Politica". Juro. Con-fu-são-po-lí-ti-ca era o nome da matéria que eu deveria ensinar a adolescentes de 15 anos. Pensando bem, tendo em vista a conjuntura atual, não poderiam achar alguém melhor para professora dessa disciplina... </div>
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Acordei ovacionada pelos alunos, extasiados com minha primeira aula sobre Confusão Política - da qual, aliás, não lembro absolutamente nada.</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-77984468000361326102011-11-28T21:29:00.001-02:002011-11-28T21:35:03.499-02:00HomensFaço meu horário de almoço num restaurante que tem essas mesas compridas, em que você divide espaço com gente que nunca viu mais gorda ou magra na vida. Do meu lado, a moça morena de óculos conversa com o colega de trabalho, que já parte para o segundo prato de comida:<br />
<br />
- Ah, não aguento mais sair com a Fulana. Toda vez que a gente sai a mulherada só fala de homem!<br />
<br />
O cara concorda através de grunhidos.<br />
<br />
- Eu digo: "pô, vocês não leem um livro, não veem um filme não? Só sabem falar disso? Eu, hein".<br />
<br />
Parecia comigo falando.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-60776919230412066262011-11-26T21:28:00.001-02:002011-11-26T21:34:54.565-02:00LiterataPizza Hut. Na mesa ao lado, a adolescente ajeita os óculos e declara:<div>
<br /></div>
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- Detesto o Machado de Assis.</div>
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O restante da mesa engasga, pergunta o porquê. Ela faz um esgar com a boca cheia de ferros de aparelho:</div>
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- Não tem brilho nenhum no que ele escreve.</div>
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<br /></div>
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Resta apenas o pobre contentamento de saber que ao menos ela leu Machado de Assis para decidir que não gosta dele (será?). </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-67209353726830521832011-11-11T19:22:00.001-02:002011-11-11T19:56:01.176-02:00Meu momento "Meia-noite em Paris"Vi <i>Meia-noite em Paris</i> no outro dia e tive uma iluminação: eu sou o próprio Gil, personagem do Owen Wilson.<br />
<br />
No filme, o Gil descobre um meio de chegar a Paris dos anos 1920 e se esbalda com F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Picasso e Salvador Dalí, entre outros. Daí, a mocinha que ele conhece nos anos 1920 diz que adoraria viver na Paris da Belle Époque, na virada do século XX. Quando eles finalmente chegam lá e ela conhece seus ídolos Toulouse-Lautrec e Gauguin, estes lhe informam que, infelizmente, minha filha, você não está numa boa época: bom mesmo devia ter sido viver na época da Renascença.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Ky8ByM8m_1o/TZO_mtaCHPI/AAAAAAAAAC4/rwAbG58NTUs/s500/Midnight+in+Paris+Movie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-Ky8ByM8m_1o/TZO_mtaCHPI/AAAAAAAAAC4/rwAbG58NTUs/s320/Midnight+in+Paris+Movie.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Woody Allen resolve interromper por aí essa viagem cada vez mais distante aos primórdios da arte, antes que alguém dissesse que arte de verdade mesmo eram as pinturas rupestres dos primeiros homens. Mas uma lição fica: a gente sempre acha que antigamente era melhor, que a cultura hoje é uma porcaria, que cena cultural efervescente mesmo fica no passado. E eu me identifiquei muito, porque é o tipo de coisa que eu penso o tempo todo.<br />
<br />
Porque, assim como o roteirista Gil, que suspira pela Paris dos anos 1920, eu também suspiro por priscas eras, épocas longínquas em que eu não era nem rascunho. Normalmente, sempre penso que gostaria de ter vivido nos anos 1960, curtindo os Beatles assim que seus vinis saíssem do "forno" (imagina a expectativa de aguardar um novo lançamento dos Beatles!!!). Mas outra época começou a atrair a minha atenção.<br />
<br />
Comecei a ler recentemente as Obras Reunidas do Fernando Sabino, autor a quem dedico extrema admiração. Poderia até mesmo dizer que foi o primeiro autor que conheci, o que marcou minha vida literária para sempre, tanto como leitora, quanto como escritora, enfim: vamos à história.<br />
<br />
Estou lendo o livro "Gente", em que ele biografa seus amigos e conhecidos em textos curtos e deliciosos de se ler. E vai vendo a turma de amigos: Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende etc. Aqui, ele descreve essa roda de amigos em um bar, bebendo alegremente; acolá, o mesmo grupo, já mais pra lá do que pra cá, discutindo sobre arte, literatura. E, de repente, me peguei pensando se hoje em dia acontece a mesma coisa. Será que, neste exato momento, há uma roda de amigos, de artistas, trocando experiências, discutindo filmes, livros, músicas, quadros, enquanto produzem a própria história da arte? Será que um dia, algum jovem de 2050 vai parar, suspirar e dizer: "nossa, queria tanto ter participado dessa época! Ter convivido com o Fulano de Tal, dessa <b>cena cultural tão efervescente</b>!". Por que o passado sempre parece melhor? Por que a gente tem essa incapacidade de enxergar o que acontece bem debaixo de nossos narizes?Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-6527455585485590222011-09-15T19:13:00.001-03:002011-09-15T19:16:32.913-03:00Menino-gol<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://uscs.zip.net/images/Menino_futebol.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="http://uscs.zip.net/images/Menino_futebol.jpg" width="200" /></a></div>– E aí, como está o futsal?<br />
<br />
– Ontem eu fiz três gols.<br />
<br />
Invariavelmente é assim que começa a conversa entre madrinha e afilhado. O menino de seis anos, franzino, cabelo liso de curumim, rosto moreno e sapeca, logo se levanta do sofá para encenar os melhores lances da partida. Ginga o corpinho, faz caras e bocas, pula de lado imitando o goleiro:<br />
<br />
– Aí eu chutei assim, do lado do Enzo, e daí eu chutei pro cantinho do gol. Foi um golaço – avalia.<br />
<br />
– É mesmo? – respondo, espantada.<br />
<br />
É um verdadeiro menino-gol esse meu afilhado. Se partida de aula de futsal valesse alguma coisa, logo veria a carinha do Gui nos gols do Fantástico pedindo que tocassem para ele “Baby”, do Justin Bieber (o craque mirim, infelizmente, está nessa onda).<br />
<br />
O que me deixa curiosa é o número quase cabalístico – três – se repetir consistentemente. Não são dois, nem quatro, nem seis gols que o Gui faz a cada partida de futsal: são sempre três. Talvez ele ache que três gols sejam mais do que suficientes para manter sua imagem de craque e deixe o restante dos tentos para seus colegas menos talentosos. Ou talvez tenha se inspirado no Túlio e começado a "criar" gols, para aumentar a conta. Não sei.<br />
<br />
Só sei que vê-lo assim, brincando com a bola imaginária a seus pés simulando dribles e chutes a gol, é estar diante do menino-moleque genuinamente brasileiro. Até que ele canse de contar histórias e vá jogar uma partida no Playstation – de futebol, fique claro.<br />
<br />
<embed allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" height="250" src="http://www.4shared.com/embed/103201037/b24baec0" width="420"></embed>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-84555012541190296082011-05-28T09:36:00.002-03:002011-05-28T09:36:25.224-03:00Discussão no 254Com os fones de ouvido, não escuto a discussão: apenas vejo gesticulação intensa de um senhor de idade, em pé, contra uma moça de 20 e poucos anos que está sentada nos bancos reservados do ônibus. Resolvo prestar atenção.<br />
<br />
Percebo que trocam acusações, e o motivo é mesmo o uso do banco reservado. O velho a insulta e ela revida:<br />
<br />
- O senhor não me conhece. Sempre cedo o lugar, mas só porque o senhor falou desse jeito, vai ficar em pé agora.<br />
<br />
Interpelada por outra passageira, dizendo que ela estava, afinal, sentada num lugar reservado para idosos e que deveria se levantar, retrucou:<br />
<br />
- Isso aqui é Brasil, minha senhora. Lei não pega aqui não.<br />
<br />
Como é bom morar em um país civilizado!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-68491159575841767582011-05-15T08:51:00.003-03:002011-05-15T09:05:10.654-03:00Rio, Sampa e a síndrome da Cidade Partida<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; orphans: 2; widows: 2;">Só posso falar com conhecimento de causa aqui do Rio, uma vez que não moro ou morei em São Paulo. Mas começo a crer, pelo noticiário que me chega de lá, que as formas cada vez mais criativas de preconceito social estão criando por lá o que já conhecemos muito bem por aqui, em terras cariocas: a síndrome da Cidade Partida.<br />
<br />
Quando se fala do Rio de Janeiro ao turista, ao estrangeiro, a quem é de outro estado, imagens que surgem: praias, orla, talvez até o centro histórico. Tudo centro e Zona Sul. Zona Norte, no máximo, o Maracanã. A Zona Norte só ganhou noticiário recente por conta da retomada do Complexo do Alemão. É a parte mais esquecida da cidade, considerado subúrbio, onde poder público faz visitas esporádicas para recapeamento de algumas ruas e podas de árvore - avidamente agradecidos pelos moradores, como se fosse algum favor que lhes fizessem.<br />
<br />
E nessa dinâmica, o que acontece no Rio é um preconceito social tão enraizado, que acabou criando o termo "Cidade Partida", muito comum para adjetivar toda a tensão que existe entre moradores da Zona Norte e moradores da Zona Sul. Os dois lados do Túnel Rebouças vivem em trocas de acusação, dedos na cara e argumentos como "eu pago mais IPTU que você" passam a valer a garantia dos direitos fundamentais a quem quer que seja. Uma grande bobajada, como se pode ver.<br />
<br />
Então vamos lá. Recentemente, em São Paulo, soube-se que o governo do estado desistiu de instalar uma estação do metrô em uma via importante do bairro de Higienópolis, classe média, porque a associação de moradores teria protestado a respeito disso. Nas palavras de uma moradora, a grande preocupação era que a estação do metrô trouxesse "mendigos, drogados, gente diferenciada".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSN0gpM8-0877aOeYa0EAZfFJUbGPD7Njb-buJqzjFBF9phuhfq" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSN0gpM8-0877aOeYa0EAZfFJUbGPD7Njb-buJqzjFBF9phuhfq" /></a></div>Se mudassem o nome do bairro para Ipanema e o nome da estação de metrô para General Osório, ficava tudo perfeito. Foram os mesmos argumentos insanos que alguns moradores da orla do Rio apresentaram para tentar vetar a construção da estação General Osório. Claro que não podemos dizer que eram a maioria - a maioria, na verdade, até gostou da extensão do metrô, prometida há três décadas, finalmente sair do papel e facilitar o transporte para o centro da cidade, onde geralmente trabalham. Mas o fato de existir uma mentalidade dessa é de se espantar. Como se a falta de uma estação de metrô pudesse impedir a chegada de "gente diferenciada" a esses bairros! Quem quer chegar, vai de ônibus, o que for.<br />
<br />
[Nota: ao contrário do desfecho de São Paulo, aqui a estação General Osório foi inaugurada mesmo. Mas isso em nada abona o governo fluminense, que não fez mais do que sua obrigação] <br />
<br />
<b>E, afinal das contas, o que é "gente diferenciada"?</b><br />
<br />
Como disse no início, uma forma muito criativa de exalar seu preconceito social. "Gente diferenciada" é gente do subúrbio, de áreas menos favorecidas? Provável que sim. Afinal, eles lá têm direito de por os pés em nosso lindo reino? Só se for para ser porteiro de nossos prédios, ser babá dos nossos filhos, limpar nossas casas. Se a gente parar pra pensar, a hipocrisia desse termo pode ser estendida às raias do absurdo.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRxbb9heVr1Iv6gxaAed-mWy3LkOBRcwMAOQHp6xVhaLBIdkRWHcA" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRxbb9heVr1Iv6gxaAed-mWy3LkOBRcwMAOQHp6xVhaLBIdkRWHcA" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Gente diferenciada" pode lotar o metrô? Pode.<br />
Mas só pra chegar mais cedo no serviço.</td></tr>
</tbody></table>Aqui no Rio, pelo menos que eu saiba, ainda não criaram um eufemismo para as pessoas do subúrbio, mas a hipocrisia é a mesma. Quando se reclama da sujeira nas praias em Ipanema, a culpa é sempre da estação General Osório, que possibilitou um acesso mais fácil dos moradores do subúrbio à praia - ou da "gente diferenciada", segundo a nomenclatura criada pela moradora do Higienópolis. É a reclamação constante na Zona Sul. E se alguém pondera que a praia é espaço público, a que todos têm direito de acesso, lá vem de novo o argumento do "eu pago mais IPTU que eles" e a discussão vazia e inútil recomeça. Parece que o acesso facilitado dos moradores do subúrbio à Zona Sul só tem valia para que a “gente diferenciada” nunca mais chegue atrasada ao serviço...<br />
<br />
É desanimador perceber a síndrome da Cidade Partida. Sabem por quê? Porque me lembra um velho estratagema militar, tão antigo quanto o Império Romano: “Dividir para conquistar”. A quem interessa que uma metrópole fique dividida dessa forma, que a tensão social crie tamanha cisão a ponto de alguns moradores da Zona Sul pedirem para acabar com o ponto final de um ônibus no Jardim de Alah porque o seu ponto de origem vinha da favela do Jacaré, na Zona Norte? (eu não estou mentindo, isso é verdade). Nenhum morador, seja da Zona Norte, seja da Zona Sul, pode se beneficiar disso. Enquanto ficam nessa guerra e comparando valores no carnê do IPTU, o governo silenciosamente faz o que quer.<br />
<br />
P.S.: Aliás, estações de metrô parecem ter o dom de mostrar bem essa tensão social, pois estou me lembrando de outro caso recente. Há algum tempinho, o Metrô Rio criou mais uma estação em Copacabana, logo depois da já tradicional Siqueira Campos. Por ficar perto do morro do Cantagalo, nada mais natural que batizassem a estação de: "Cantagalo". Certo? Pois então. A associação de moradores da região fez uma tremenda grita e exigiu a troca do nome. Por quê? Porque há uma favela chamada Cantagalo ali. Onde já se viu colocar nome de favela em uma estação do metrô?</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-85838567842893188072011-04-26T19:59:00.000-03:002011-04-26T19:59:44.610-03:00Nomes de pobre<blockquote>- Onde já se viu, um crioulinho desse chamado Matteo!?</blockquote><br />
A própria senhora que proferira essas palavras era negra, mas deixemos de lado o termo pejorativo e racista: não é do que trata esse texto. Na verdade, trata-se de coisa mais banal: essa diferença que inventaram (ou que se inventou) entre nomes de pobre e nomes de rico.<br />
<br />
Vamos contextualizar a frase da senhora: eu trabalhava como voluntária em um projeto social que ensinava artesanato para gestantes carentes durante os sábados. Eram cursos de seis meses de duração, de forma que as mães iam tendo os bebês, mas precisavam continuar a frequentar as aulas. Como faziam, então? Havia um berçário em que voluntárias tomavam conta dos bebezinhos, enquanto as mães aprendiam. Eu era uma voluntária, assim como a senhora do início da história. O menininho que se chamava Matteo era filho de uma das alunas do projeto.<br />
<br />
* E de onde veio esse nome? Vocês hão de lembrar, não me deixem com pecha de velha: havia uma novela na Globo cheia de italianos, <i>Terra Nostra</i>, em que o casal protagonista chamava-se Giuliana e Matteo. Daí o nome do pequenino. Não sei se isso se aplica hoje, mas naquela época as novelas ditavam a moda na hora de escolher o nome do rebento. Quando <i>Terra Nostra </i>passou no horário das oito<i>, </i>o berçário teve três Matteos e duas Giulianas. Numa novela ainda mais antiga, havia um personagem chamado Iago. Foi lá a mãe e pespegou esse nome de traíra no filhinho (não adianta, depois que li <i>Otelo</i>, nunca mais tive simpatias pelo nome).<br />
<br />
* Eu lembro também de um menininho negro, bem pequeno e de pernas arqueadas, uma graça. O nome: John Lennon. Tinha mais dois irmãos com nomes do mesmo quilate, mas não me recordo agora. Só lembro do John Lennon, porque era o que ficava sob meus cuidados. Eu sentia uma vontadezinha de rir toda vez que o chamava, porque sempre lembrava dos Beatles e me sentia meio boba. Ah, na mesma turma do John Lennon tinha também o Djou-djou (esse eu nem sei como escreve. Achei que era apelido, até confirmar com a mãe que era nome, mesmo).<br />
<br />
* Uma vez, enquanto esperava na fila do supermercado, ouvi a mãe chamando a filhinha, que corria solta pelos corredores: "Brendaline!". Não sei se o nome da criança era Brendaline ou Brenda Aline. De uma forma ou de outra, vocês hão de convir que é um primor.<br />
<br />
* O fato é que esses nomes mais diferentes viraram "nome de pobre". E preciso fazer uma confissão: apesar de não cogitar um nome desses para um filho meu, acho interessantíssima a criatividade desses pais e a história por trás de cada nome (sei que é fácil achar interessante quando não sou eu quem está recebendo um nome desses! rs).<br />
<br />
* Taí, era essa a palavra mesmo que eu queria para definir essa história: criatividade. Enquanto os pobres esbanjam criatividade com Johns Lennons e Brendalines, no meu Facebook vejo que amigos de amigos preparam-se para ter a trigentésima Alice, o milésimo-segundo Gabriel. Como foi que, de repente, ficou chique ter um monte de gente com o nome igual?Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-33813643274796439772011-04-03T04:12:00.001-03:002011-04-03T07:30:53.032-03:00O vício das unhas pintadas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-mmaqbUIgNAE/TZgdjns_-jI/AAAAAAAAAVo/p_KDaJhAQ8Y/s1600/SAM_0556+%2528640x480%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://4.bp.blogspot.com/-mmaqbUIgNAE/TZgdjns_-jI/AAAAAAAAAVo/p_KDaJhAQ8Y/s200/SAM_0556+%2528640x480%2529.jpg" width="200" /></a></div>O vício começou bem de mansinho. Aliás, a bem da verdade, nem parecia vício, no que ele tem de inebriante e avassalador. Na loja, uma fileira imensa de vidrinhos coloridos me olhava, convidativa. Expostos na mesma disposição das cores do espectro do arco-íris, eram mesmo muito lindos de se olhar. Mas, comedida, peguei apenas um vidrinho violeta e fui embora.<br />
<br />
Meses depois, lembrando de que adoro a cor laranja, entrei nas Americanas e resolvi comprar um vidrinho dessa cor. Acabei descobrindo, também, um conjunto com cinco vidros, incluindo um azul escuro e um verde escuro lindíssimos e que eu nunca tinha visto igual. Comprei também.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Ok8oaD33eTo/TZgdNilcdNI/AAAAAAAAAVk/2ke4BYrVN9k/s1600/SAM_0581+%2528640x427%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="http://1.bp.blogspot.com/-Ok8oaD33eTo/TZgdNilcdNI/AAAAAAAAAVk/2ke4BYrVN9k/s200/SAM_0581+%2528640x427%2529.jpg" width="200" /></a></div>Agora, não há como olhar para minhas mãos e não ver as pontas dos dedos coloridos. Na maioria das vezes não consigo nem esperar que as cores se esmaeçam nos dedos e vão naturalmente embora: tiro logo para experimentar novas tonalidades e combinações.<br />
<br />
Nem pareço a mesma que, no ano anterior inteiro, havia pintado as unhas apenas uma vez - e mesmo assim porque ia a um casamento no qual era a madrinha.<br />
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Agora que o vício das unhas pintadas parece ter entrado numa estabilização (tenho comprado mais espaçadamente), parece que um outro começa: ontem descobri que estou sem maquiagem decente e comprei um conjunto de sombras e um pó compacto.<br />
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Seria a crise dos 30 anos se aproximando?Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-21002236015090004362011-01-15T09:38:00.003-02:002011-01-15T09:39:35.277-02:00Ajuda à Região SerranaQueridos, vamos fazer o que pudermos para ajudar os desabrigados e feridos pela tragédia que assolou a Região Serrana? Neste <a href="http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/01/13/saiba-onde-fazer-doacoes-para-as-vitimas-das-chuvas-na-regiao-serrana-do-rio-923493209.asp">link</a>, o Globo Online lista algumas formas de como nós podemos ajudar.<br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">Ontem, eu e o meu namorado fomos doar sangue. Os hemocentros do Rio estão com uma procura acima do esperado (ainda bem!), então, em vez de todos irmos para o Hemo Rio, que tal checar qual o posto de coleta de sangue mais perto de casa? É só ligar para o </span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><strong>0800-282-0708</strong></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"> que eles informam.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">Por causa dessa grande procura, o tempo de espera para a doação aumentou um bocado (3 horas ontem). Mas vale lembrar a quem trabalha que isso não constitui problema, visto que todo trabalhador tem direito a abonar o dia em que foi doar sangue (artigo 473 da CLT, artigo 97 da lei 8112).</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;"></span><span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">Mesmo que a procura tenha aumentado, soube que os estoques ainda precisam ser repostos. Vamos lá?</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-65677127129910858802010-12-12T09:38:00.000-02:002010-12-12T09:38:48.422-02:00FormaturaUma de minhas fotos preferidas de quando eu era criança é uma foto da minha formatura do C.A. (como era chamada a classe de alfabetização, que hoje corresponde ao 1º ano do ensino fundamental). Tem uma foto com a minha mãe e outra com a minha madrinha. Eu, toda de branco, com o capelo branco, segurava o canudo junto com a minha dinda. (Logo descobri que o canudo estava todo em branco também, achei uma tremenda enganação, fiquei chateada com a escola!). Isso já faz [pausa para a conta] 23 anos.<br />
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Eis que, neste final de semana, os papéis se inverteram: era eu a dinda lacrimosa que assistia à formatura do seu afilhado no Jardim III (hoje não se faz formatura para o C.A....). Já no início da cerimônia, durante a execução do Hino Nacional, quando eu o vi empertigado, virado para a bandeira do Brasil e cantando o nosso hino, se embaralhando um pouco nas palavras mais difíceis, as lágrimas começaram a nascer em meus olhos e pensei: "Isso vai ser um problema!", rs. Cada gesto, cada palavra dita, o discurso emocionado das professoras, tudo fez-me ver como o nosso menino crescia, desenvolvia-se, tornava-se uma nova pessoa.<br />
<br />
O formando, por sua vez, não se abalou; fez tudo conforme mandava o cerimonial, com a feição bastante compenetrada - bem diferente do jeito moleque que é sua característica mais marcante. Até na encenação de Natal que teve após a cerimônia, em que foi um dos ajudantes de Papai Noel, não se aproveitou da situação para fazer uma das suas, que sempre arrancam gargalhadas nossas e já o fizeram proclamar: "eu sou o cara mais engraçado da família!" (Quem haveria de contestar-lhe o título?).<br />
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Mas, terminada a pompa e a circunstância, ele logo transformou-se no Gui de sempre: correndo a tirar fotos com os coleguinhas de escola e, numa de suas traquinagens, tirar uma foto no colo de uma estátua, metendo-lhe o dedo pelo nariz acima. A dinda, a um canto, ainda enxugava as lágrimas.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-21047301788803304822010-11-20T20:55:00.000-02:002010-11-20T20:55:19.789-02:00Sorteio de um PicassoNo shopping, a moça me entregou um panfleto. Era sobre uma promoção de Natal - dessas que todos os shoppings se preocupam em fazer todo final de ano (como se precisasse desse incentivo a mais para lotar seus corredores!). O texto era o seguinte:<br />
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"A cada R$ 250 em compras você concorre a milhares de prêmios instantâneos e ao sorteio de um Picasso no final da promoção!"<br />
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Embatuquei. Não podia acreditar. Um shopping sorteando uma tela do Picasso!!! Imaginei que tela dele poderia ser sorteada numa promoção de shopping: seria da fase azul? Da fase rosa? Mais do que isso, conjecturei se o receptor de tal obra teria a mínima ideia do tesouro que lhe seria posto em mãos!<br />
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Mas é claro que o devaneio não durou muito: foi só até eu reparar na parte inferior do panfleto, onde estava a foto de um carro Citroën Xsara Picasso. Às vezes eu viajo na maionese mesmo...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-60272117560448156872010-11-06T09:22:00.000-02:002010-11-06T09:22:25.805-02:00Dois meses de ausênciaVejo que fiquei exatamente dois meses fora do ar nesse blog.<br />
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Eu poderia dizer que houve falta de assunto, mas isso é desculpa esfarrapada: em um blog, em que se pode discutir qualquer coisa, como alguém pode ficar com falta de assunto?! Óbvio que esse não foi o motivo.<br />
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A razão verdadeira é que estou cansada de escrever, e isso não está afetando só este blog (o que é pior): está tendo reflexos na minha vida cotidiana, posto que escrever é minha principal ferramenta de trabalho. Vejo que meus textos não têm saído com o mesmo sabor de tempos atrás e isso me desestimula ainda mais. Entrei num vale de produção e estou tentando arranjar meios de me resgatar desse estágio atual.<br />
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Primeiro de tudo, paciência. Acho que qualquer um enfrenta problemas como esse, e, penso eu, só o tempo e a persistência podem mudar o quadro. Mas o primeiro passo acredito que já dei: apenas escrevendo este texto, já me movimento da letargia em que me enterrei nos últimos tempos...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-24383005005217187782010-09-05T06:33:00.001-03:002010-09-05T06:34:28.207-03:00Jornalismo tendencioso: como fazerSou assinante da <i>Exame</i>¸ revista de economia do Grupo Abril. Na edição de 25 de agosto, fui surpreendida por uma reportagem que pode dar a exata medida de como uma matéria pode ser tendenciosa e servir a interesses outros, alheios ao interesse jornalístico.<br />
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<i><a href="http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0974/brasil/quem-precisa-trem-bala-589649.html">Quem precisa de trem-bala?</a></i> não é a matéria de capa da edição, mas tem chamada na capa e é o destaque na "Carta ao Leitor", escrita pela editora da revista. O conteúdo da matéria é o seguinte: a repórter questiona o investimento previsto pelo atual governo federal em um trem-bala (40 bilhões de reais), se o trânsito nos grandes centros urbanos é caótico e o transporte público não atende à população. O fator humano da reportagem fica a cargo de Maria dos Anjos, uma senhora que leva 2 horas e meia para chegar a seu trabalho, que fica a 37 quilômetros de sua casa. A questão levantada é: “por que o governo federal se propõe a gastar 40 bilhões de reais num trem-bala se o trânsito das grandes cidades está à beira de um colapso?”<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://portalexame.abril.com.br/imagem/trem-bala-460.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="http://portalexame.abril.com.br/imagem/trem-bala-460.jpg" width="320" /></a></div><br />
Onde está o jornalismo tendencioso, neste caso? Ele reside no simples fato que não há uma conexão lógica possível entre o tempo que dona Maria dos Anjos e outros brasileiros fazem para ir ao trabalho com o projeto do trem-bala. Não se pode criticar o segundo tendo como base o primeiro: o transporte público e o planejamento do trânsito nas cidades são de responsabilidade das prefeituras, não da União.<br />
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Poderíamos pensar, numa ótica otimista, que os editores da revista e a jornalista responsável pela matéria simplesmente ignoravam o fato de que transporte público urbano é de competência das prefeituras. Mas, não: na própria matéria, há uma fala do diretor-geral da ANTT: “Cabe às prefeituras cuidar do transporte nos municípios, e aos governos do estado, nas regiões metropolitanas”.<br />
<br />
De fato, é inadmissível que a dona Maria dos Anjos gaste quase três horas para percorrer 37 quilômetros utilizando o transporte público de São Paulo, mas o real responsável por isso é a prefeitura da cidade. E será que a matéria questiona a prefeitura de São Paulo a respeito disso? A resposta é: não. A prefeitura de São Paulo e o governo do estado aparecem lá no final da reportagem, no último intertítulo, bem no final da pirâmide invertida – a ser lido apenas pelos leitores persistentes – para falar sobre a duplicação da estrada do M’Boi Mirim, na zona sul paulistana.<br />
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<b>É errado questionar? - </b>Questionar é saudável e a tarefa número um de qualquer jornalista. E o projeto do trem-bala precisa mesmo ser questionado, colocado em perspectiva. Ele não representa um investimento concentrado em uma área muito pequena do Brasil (Rio-Campinas-São Paulo)? Não seria mais viável e economicamente responsável investir esse dinheiro na infraestrutura aeroportuária de que já dispomos? Quais as alternativas possíveis ao trem-bala?<br />
<br />
O problema de tudo nesta reportagem é como se questiona. Lá no meio da matéria, há a análise de especialistas em infraestrutura (que não são identificados) de como o dinheiro destinado ao trem-bala poderia ser mais bem empregado. E esse deveria ter sido o mote da reportagem, ponto. Ao colocar o drama de dona Maria dos Anjos, erroneamente atribuindo à União uma responsabilidade que é da prefeitura e do estado de São Paulo, a matéria assume seu claro oportunismo eleitoral. Afinal, por que a prefeitura e o governo estadual de São Paulo não foram questionados frontalmente sobre a situação de dona Maria dos Anjos e de outros tantos paulistas e paulistanos? É só lembrar o histórico político do Grupo Abril e de seus fundadores para saber o porquê.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-57233401617992217072010-08-27T21:02:00.000-03:002010-08-27T21:02:07.327-03:00Resenha: "As meninas"Para começar, quero deixar registrado: sou grande admiradora do estilo de Lygia Fagundes Telles. Mas devo confessar que só conhecia alguns de seus contos - que, sem medo de exagerar, estão entre os meus preferidos nesse gênero literário -, até começar a acalentar a ideia de ler também os seus romances. O primeiro que elegi foi um de seus mais aclamados trabalhos, <i>As meninas</i>. E esse foi o livro que li neste mês de agosto.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://imagens.travessa.com.br/livro/GR/c2/c2314d9e-ac1d-4919-9af8-e8db18248d39.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://imagens.travessa.com.br/livro/GR/c2/c2314d9e-ac1d-4919-9af8-e8db18248d39.jpg" width="213" /></a></div>O livro é, na verdade, um retrato de três universitárias que moram no mesmo pensionato de freiras em São Paulo. Lorena é a menina rica, filha de família quatrocentona paulista, aristocrática e sensível. Está em um romance platônico com um homem casado, e ainda se conserva virgem. Lia, filha de baiana com alemão, é a revolucionária que luta para libertar o namorado, preso pelo regime militar. Ana Clara, bela e perturbada, tenta esquecer uma infância e adolescência de maus tratos através do álcool e das drogas, além de sustentar um triângulo amoroso entre seu traficante, Max, e o noivo rico.<br />
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São histórias ricas, bem entremeadas numa forma de discurso que jamais vi em outro livro: Lygia mescla as vozes das suas meninas, de forma que a narração em primeira pessoa se reveza entre as três amigas. Em um momento estamos lendo o que Lorena está fazendo, em discurso indireto (terceira pessoa); na frase seguinte, é a própria Lorena quem assume a narrativa da história, e assim acontece com as duas outras personagens.<br />
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No momento em que o eu-narrador é assumido por Ana Clara, aí é que o talento de Lygia se supera: ela consegue reproduzir, no papel, as (des)conexões no discurso de uma mente alterada pelos narcóticos. Sem dúvidas, é a minha voz narrativa preferida dentro do livro, pelo que tem de pungente e verdadeiro.<br />
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Outro mérito indiscutível da obra é o que representa um ato de coragem de sua autora: colocar um enfoque, durante o período mais negro da ditadura militar, sobre grupos de resistência ao regime. Sequer considerar a existência desses grupos já seria um acinte; que dirá fazer uma de suas protagonistas uma militante! E não fica apenas nisto: o ato de coragem vai além e Lygia descreve com detalhes uma sessão de tortura, que, de acordo com alguns, seria o primeiro depoimento de tortura de que se teria notícia. Lygia explica: "Como eu poderia escrever um romance morno em pleno ano de 1970?"<br />
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Apesar da singeleza do nome do livro, não se engane: ele se mostra muito mais denso do que, de início, se pode prever.<br />
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Cotação: Cinco de cinco estrelas. Obrigatório.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-46800354270787087742010-08-17T18:41:00.000-03:002010-08-17T18:41:02.031-03:00A morte da bailarinaEu sempre admirei muito as girafas. Mas não é muito difícil admirá-las, afinal: como, apesar de tão compridas, não são desengonçadas? As pernas longilíneas, o pescoço altivo, graciosamente se inclinando para pegar as folhas das árvores - uma elegância sem par. No mundo animal, a girafa é como a bailarina da música do Chico Buarque (a que não tem chulé e frieira).<br />
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<a href="http://3.bp.blogspot.com/_qugjzoZGP_Q/RtB1kDxwEyI/AAAAAAAACVM/kwxRxrBMHT8/s1600/Girafa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_qugjzoZGP_Q/RtB1kDxwEyI/AAAAAAAACVM/kwxRxrBMHT8/s320/Girafa.jpg" /></a>Foi duro entrar na página do Globo Online de hoje e me deparar com a bailarina numa pose que jamais vi: estirada ao solo, olhos fechados, como vítima de um crime brutal. A história é de levar às lágrimas. Após ter sofrido uma vida de maus-tratos em um circo, uma pobre girafa foi resgatada e levada ao Zoo de Goiânia. Lá, em vez de um pouco de conforto - que nunca seria completo num espaço confinado, mas definitivamente melhor que a rotina estressante de um circo - a bailarina foi envenenada com chumbinho.<br />
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Quem, meu Deus, quem envenena uma girafa, um ser que nem fazer barulho faz?<br />
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Mais aterrorizante que a foto da bailarina morta, é saber que 77 animais já morreram nesse Zoo. Isso é abominável. O que podemos fazer para que essa matança termine?!<br />
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P.S.: lembro-me agora que minha admiração pelas girafas vem de quando eu era bem pequena. Um de meus brinquedos favoritos era justamente uma girafa de borracha.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-36933288348381927152010-07-27T18:06:00.003-03:002010-11-16T08:34:04.315-02:00Resenha: "Alice"Confesso que o lançamento de "Alice", do Tim Burton, acabou influenciando a minha decisão de ler este livro em julho. Em uma ótima promoção, comprei uma edição linda de <i>Alice no país das maravilhas - Através do espelho, </i>da Jorge Zahar, com as gravuras originais de John Tenniel e a tradução caprichada de Maria Luísa Borges (que ganhou o prêmio Jabuti por ela).<br />
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<a href="http://www.zahar.com.br/doc/c1346.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://www.zahar.com.br/doc/c1346.jpg" width="142" /></a>Apesar de ser uma história infantil, penso que os adultos talvez se divirtam mais com os diálogos completamente <i>nonsense</i> que Alice trava com os habitantes do país das maravilhas e do espelho. Porém, acho o livro altamente aconselhável a crianças, principalmente porque estimula o questionamento o tempo todo: se não é Alice a fazer as perguntas, são os seres que ela encontra pelo caminho que esgotam a paciência da menina com perguntas fora de propósito para a nossa lógica humana - mas cheias de sentido para eles.<br />
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Como fã dos Beatles, já sabia da influência de Lewis Carroll no trabalho de John Lennon, mas ao ler <i>Alice, </i>dá para visualizar perfeitamente componentes do estilo de Carroll em algumas músicas de Lennon. As letras de <i>Lucy in the sky with diamonds, A day in the life </i> e <i>I'm the walrus</i> são exemplares para perceber essa influência.<br />
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Devo fazer um parênteses para elogiar essa edição caprichada da Jorge Zahar, que acertou em tudo: a capa dura, em amarelo, com forro em contrastante roxo; os tipos utilizados na diagramação, bem de acordo com o livro; a escolha do papel amarelado, sem aquele branco lavado que incomoda a vista; e o formato, em livro de bolso. Tudo nota 10!<br />
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Quanto ao conteúdo, me diverti muitíssimo. Quatro de cinco estrelas.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-56556676850381801892010-07-09T15:39:00.000-03:002010-07-09T15:39:37.990-03:00Marca da Copa 2014, que decepçãoOntem, com toda a pompa e circunstância que a ocasião pedia, o Brasil divulgou a marca da Copa 2014. Infelizmente, a papagaiada toda não deu para maquiar o simples fato de que a marca é <b>horrenda</b> e, principalmente, equivocada na simbologia que utiliza. Vamos lá.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2010/07/298_98-logo-copa-2014-brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2010/07/298_98-logo-copa-2014-brasil.jpg" width="150" /></a></div><br />
<b>1) As cores utilizadas.</b> Tem coisa mais clichê, cômoda e preguiçosa que usar as cores verde e amarelo para representar o Brasil?<br />
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<b>2) O objeto.</b> As três mãos bizarras formam a figura da taça, ou seja, mostra a vitória, a premiação. Mas a marca de uma Copa do Mundo <b>não</b> deveria ser essa, e sim o jogo, o fair play. Afinal, a Fifa não se vangloria de que tem mais países associados que a própria ONU e propõe o esporte como uma forma de promover a paz entre os povos? Então não é a vitória (que pressupõe um perdedor) o que deve ser reverenciado na marca, e sim o próprio futebol.<br />
<br />
<b>3) Que jurado é esse?</b> Quais as credenciais de figuras como Paulo Coelho, Gisele Bündchen e Ivete Sangalo para decidirem a melhor marca para a Copa de 2014? Essa eu não entendi.<br />
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O blog <a href="http://oglobo.globo.com/blogs/magenta/">Magenta</a>, do Globo Online, conta que a Associação dos Designers Gráficos do Brasil foi procurada pela Fifa para organizar um concurso nacional para escolher a marca, mas esse concurso acabou não se concretizando. Acredito que poderiam surgir resultados muito mais interessantes se houvesse esse concurso.<br />
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<u>A propósito</u>: a marca foi concebida pela agência África, entre 25 concorrentes. Todas as marcas foram elaboradas por agências.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-78550474634628592472010-06-29T18:00:00.000-03:002010-06-29T18:00:56.218-03:00Resenha: "A volta"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_f8Qitx6QFkI/S7qXVuD1dVI/AAAAAAAAADY/eNF5C_DAMho/s1600/A+Volta+-+Bruce+e+Andrea+Leininger+com+Ken+Gross..jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/_f8Qitx6QFkI/S7qXVuD1dVI/AAAAAAAAADY/eNF5C_DAMho/s320/A+Volta+-+Bruce+e+Andrea+Leininger+com+Ken+Gross..jpg" width="207" /></a></div>Bruce e Andrea Leininger eram pais de James, um adorável garotinho de dois anos. A criança crescia saudável e feliz, a não ser por um terrível problema: James sofria com pesadelos horripilantes quase todas as noites. Eram relatos chocantes e fiéis sobre um homem que morria em um acidente de avião. Até o nome da marca do avião o garotinho sabia - e era um caça da Segunda Guerra Mundial.<br />
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"A Volta" é o relato de como esses pais tiveram que deixar de lado suas crenças, rever seus conceitos, para tentar entender o que acontecia com seu pequeno. Após anos de buscas, eles chegaram à conclusão de que James é a reencarnação de James Houston Jr., piloto de caça americano da Segunda Guerra que morrera em uma ação no Pacífico.<br />
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O livro tem fotos interessantes de James Houston durante a Guerra e desenhos do pequeno James que mostram grandes batalhas aéreas, sangue e fogo, muito fogo - algo forte para uma criança pequena. Mas, se levarmos em conta a parte escrita, documental, o livro é monótono e gira em círculos. Para não chegar diretamente à conclusão das pesquisas conduzidas pelos pais do menino, o jornalista que redigiu a história, Ken Gross, dá voltas em torno das personalidades de Andrea e de Bruce, mas acaba soando extremamente repetitivo no processo.<br />
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<b>Avaliação: </b>O tema é interessante, mas a forma como foi tratado acabou deixando a leitura bastante chata em vários pontos. Duas estrelas e meia.<br />
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P.S.: para quem se interessa pelo assunto, os pais do menino mantêm um site sobre o livro: <a href="http://www.soulsurvivor-book.com/">www.soulsurvivor-book.com</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-27900574871239103282010-06-23T17:10:00.001-03:002010-06-23T17:11:12.396-03:00Coelha conectadaQuando solto Carlota, costumo sentar-me no chão com meu laptop no colo, vigiando-a de perto para que não apronte muito. Como a deixo correr mais ou menos livremente, às vezes ela passa por cima do teclado do notebook, gerando resultados imprevisíveis.<br />
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Hoje, num desses "passeios" sobre o teclado, ela acabou fazendo uma busca no Google: <a href="http://www.google.com/search?ie=UTF-8&oe=UTF-8&sourceid=navclient&gfns=1&q=p%3D">p=</a> <br />
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Digam o que quiserem, mas tenho quase certeza de que foi uma tentativa de fazer um emoticon mostrando a língua para mim...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-22761782956639990762010-06-19T03:32:00.003-03:002010-06-19T03:33:58.344-03:00Novo blog!Resolvi criar um blog para falar sobre o mês que passei na Itália.<br />
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O endereço? Anotaí: <a href="http://www.firenzeeeu.blogspot.com/">www.firenzeeeu.blogspot.com</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2241583759000689530.post-18901898020269467872010-05-26T13:07:00.000-03:002010-05-26T13:07:06.830-03:00Flashes de Florenca1) Tinham me dito que a Italia era parecida com o Brasil. Bom, nao eh. Pelo menos, Florenca nao eh. A cidade eh limpa, os transportes funcionam. A unica coisa caotica eh a quantidade de turista na cidade, mas isso era esperado a essa epoca do ano. (Alias, nota preconceituosa: como os turistas asiaticos sao cafonas!!!)<br />
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2) Por causa dos turistas, tudo eh muito caro. Muito. A comida, entao, nem se fala. Ainda nao tive coragem de comer na rua, so tenho feito em casa.<br />
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3) Adooooro o supermercado daqui. Cheio de guloseimas que nao tem no Brasil. Tem uma sobremesa da Ferrero que voce compra na saida do caixa. Sao uns potinhos que voce sacode e mete no freezer, de um dia pro outro. No dia seguinte, come-se um sorbet delicioso que ainda ajuda na digestao (se existir no Brasil, alguem me diz onde comprar!).<br />
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4) Os italianos nao sabem pronunciar meu nome. Nao sabem! Acho que nunca passou Seinfeld aqui. Meu professor me chama de Eloisa, e minha professora, de Elena - e agora, todos os meus colegas de classe me chamam de Elena. Estou me sentindo numa novela do Manoel Carlos.<br />
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5) Aprender italiano esta sendo mais dificil que o esperado, mas estou adorando.<br />
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Assim que puder (internet a 2 euros a hora eh lenha!!!), volto com mais informacoes...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15902191129142060606noreply@blogger.com0