terça-feira, 27 de abril de 2010

Resenha: "Um bonde chamado desejo"

Jamais havia lido ou visto trabalho algum de Tennessee Williams, e fui começar logo com o que é considerada sua obra-prima: "Um bonde chamado desejo".

Na peça, Blanche DuBois é uma professora de inglês vinda de uma tradicional família do Sul dos EUA. Após perder a fazenda da família, ela vai passar uns tempos na casa da irmã Stella, casada com o operário Stanley Kowalski. O choque de culturas entre a aristocrática Blanche com o cunhado grosseirão é o que dá a tônica para toda a peça, com Stella se desdobrando para representar um ponto de equilíbrio entre personalidades tão opostas. A tensão do relacionamento entre os três vai num crescendo até que revelações sobre a vida pregressa de Blanche forçam o clímax da história.


Vivien Leigh como Blanche e Marlon Brando como Kowalski no filme de 1951* 


Difícil discorrer sobre "Um bonde chamado desejo" sem estabelecer comparações entre o autor e Nelson Rodrigues: são estilos narrativos muito parecidos, o mesmo apreço pela temática do conflito pessoal e familiar, o desejo sexual como forma de punição para a mulher (mas de extravasamento para o homem), etc. Em vários momentos da leitura, eu podia ver relações com peças rodriguianas como "A falecida", "Bonitinha, mas ordinária", só para citar algumas.


Escrita no final da década de 1940, na América do pós-guerra, "Um bonde chamado desejo" retrata a mudança de valores que esse período da história trouxe para a sociedade americana - especialmente numa região tradicional como a Nova Orleans, que, na época, vivia uma efervescente cena de jazz e blues.

Avaliação: quatro de cinco estrelas, porque a história é datada [e ainda prefiro Nelson Rodrigues].

P.S.: chama a atenção o fato de haver apenas um personagem não-branco que tenha nome (Pablo, parceiro de carteado de Stanley). A vizinha negra ganhou o nome de "Mulher Negra". A vendedora de flores é a "Mexicana". Reflexos do preconceito racial da época, talvez?

*Por algum motivo que ignoro completamente, o filme recebeu o título em português de "Uma rua chamada pecado".

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Tenho pressa, muita pressa..."

Lembra do coelho de Alice no país das maravilhas que carregava um relógio enquanto corria de um lado para o outro, sempre atrasado para algo? Sempre achei que era traço do personagem de Lewis Carroll, mas só agora, ao ter meu primeiro coelho de estimação (coelha, na verdade), vejo que isso é traço de personalidade da espécie: eles têm muita pressa, para tudo.

 Descansando...

É um corre-corre, pinotes para todos os lados e, de repente, puft: a pilha duracell acaba e ela cai de lado para descansar. São descobertas diárias sobre como lidar com a Carlota - e olha que eu não sou propriamente "verde" em ter animal. Já tive um canário e um cachorro. Já convivi com gatos também, por conta de um antigo namorado. Mas nada, nada disso me preparou para o que é um coelho.

E o que é um coelho, afinal de contas? Um coelho não é um cachorro. Não é um gato. Não espere de um coelho a docilidade de um cão, festinhas, pulos no colo: o coelho faz o que ele quer. ELE tem que se aproximar de você, não o inverso. Também não espere que o coelho tenha a independência de um gato. Ele até consegue se virar sozinho em muitas coisas: toma banho, cuida de sua higiene. Mas como são frágeis! E não podem ficar soltos pela casa sem um mínimo de supervisão, sob pena de ter móveis e - pior - fios elétricos roídos.

Mesmo com toda pesquisa que fiz antes de me decidir a comprar a Carlota, o trabalho está sendo muito maior do que eu havia antecipado. Ainda estou aprendendo a lidar com um animal muito arredio, que não gosta de apertões quando justamente minha vontade é de abraçá-la o tempo todo.

Mas vale cada minuto, porque já estou completamente apaixonada por ela.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Parece, mas não é

Quem não conhece a cidade do Rio, ao ver esse anúncio, acha até que esses santos ficam perto um do outro. Mas não podia ser mais diferente...

domingo, 11 de abril de 2010

Apresentação

Para quem não conhece, a mais nova moradora do meu cafofo, Carlota Josefina (ou simplesmente Totinha):