quarta-feira, 26 de maio de 2010

Flashes de Florenca

1) Tinham me dito que a Italia era parecida com o Brasil. Bom, nao eh. Pelo menos, Florenca nao eh. A cidade eh limpa, os transportes funcionam. A unica coisa caotica eh a quantidade de turista na cidade, mas isso era esperado a essa epoca do ano. (Alias, nota preconceituosa: como os turistas asiaticos sao cafonas!!!)

2) Por causa dos turistas, tudo eh muito caro. Muito. A comida, entao, nem se fala. Ainda nao tive coragem de comer na rua, so tenho feito em casa.

3) Adooooro o supermercado daqui. Cheio de guloseimas que nao tem no Brasil. Tem uma sobremesa da Ferrero que voce compra na saida do caixa. Sao uns potinhos que voce sacode e mete no freezer, de um dia pro outro. No dia seguinte, come-se um sorbet delicioso que ainda ajuda na digestao (se existir no Brasil, alguem me diz onde comprar!).

4) Os italianos nao sabem pronunciar meu nome. Nao sabem! Acho que nunca passou Seinfeld aqui. Meu professor me chama de Eloisa, e minha professora, de Elena - e agora, todos os meus colegas de classe me chamam de Elena. Estou me sentindo numa novela do Manoel Carlos.

5) Aprender italiano esta sendo mais dificil que o esperado, mas estou adorando.

Assim que puder (internet a 2 euros a hora eh lenha!!!), volto com mais informacoes...

Resenha: Duas viagens ao Brasil

Hans Staden realmente nasceu com a bunda virada para a Lua. Eh a impressao que se tem ao ler "Duas viagens ao Brasil": apesar de capturado por uma tribo canibal, ele consegue se manter vivo e conquistar a simpatia (ou o temor, melhor dizendo), dos indios tupinambas que o aprisionaram.

Hans Staden

Hans era um rapaz alemao tipico do seculo XVI, ou seja, a cata de aventuras no Novo Mundo que se descortinava aos europeus. Foi ao Brasil duas vezes: na primeira, pela Coroa Portuguesa, e a segunda pela Espanhola. Era, portanto, um mercenario - sem a carga pejorativa que esse nome hoje encerra. Era uma ocupacao comum naquela epoca. 

Foi na segunda viagem que foi convencido a permanecer no Brasil como contratado dos portugueses que moravam no local. Ele seria o responsavel pela vigilancia da area - somente ele e alguns nativos da tribo dos tupiniquins, amigos dos portugueses e inimigos dos tupinambas. E foi durante um ataque dos tupinambas que Hans acabou cativo.

Os tupinambas tinham o habito de comer seus presos, entao Hans nao poderia esperar um fim diferente. Mas ele nao desanimou e tentou, habilmente, fazer com que os selvagens nao o matassem. Primeiro, disse que seu Deus estava muito chateado com os tupinambas, e, por isso, alguns indios da tribo que estavam doentes nao iriam se curar. Foi o que aconteceu e, a partir dai, os tupinambas passaram a confiar nas premonicoes do alemao. Isso envolvia ate que o prisioneiro conversasse com "seu Deus" para que a pesca fosse farta ou para que alguma tempestade se dissipasse. Logico que a estrategia do alemao foi inteligente, mas arriscada: se o "seu Deus" nao tivesse dado um empurraozinho, teria virado comida de indio.

Entao, a interessante historia de Hans Staden mostra um europeu com inteligencia e um pouco de sorte que talvez forneca o relato mais detalhado sobre o convivio com os indios brasileiros na epoca do descobrimento. Uma leitura otima para quem gosta de historia, mas realmente Hans Staden merecia um espaco maior no estudo da Historia do Brasil.

Cinco de cinco estrelas.

(Desculpem a falta de acento, os teclados italianos tem me deixado louca)

sábado, 8 de maio de 2010

Neuroses pré-viagem

Finalmente, após longos seis anos sem férias, vou desfrutar minha tão sonhada viagem à Itália. Só que, em vez de me ater ao lado bom desse sonho que se realiza, tenho ficado cada vez mais agoniada com todos os problemas que podem acontecer - talvez numa espécie de trauma por ter visto tanto Férias Frustradas na Sessão da Tarde.

O resultado é que, a apenas duas semanas da minha primeira viagem internacional, toda sorte de neuroses já passaram pela minha cabeça, e algumas ainda persistem, me deixando angustiada. Talvez enumerá-las aqui seja um bom tratamento para a minha ansiedade crônica (e hereditária, já que toda a minha família é assim).

 Lembram disso?

1) Perder a bagagem. Essa, realmente, é a Top 1 das minhas preocupações. A possibilidade de ter minha bagagem extraviada na ida ou na volta (que me parece pior!) está tirando o meu sono. E não tem adiantado as dezenas de amigos dizendo que nunca aconteceu isso com eles, etc, porque é aí mesmo que meu sistema de neuroses funciona: se entre tantos conhecidos meus ninguém nunca teve a bagagem extraviada, pela lei das probabilidades, eu é que posso ser a próxima vítima das confusões das companhias aéreas. Cruzes!

2) Ser barrada de entrar na Itália. Tá, confesso que a possibilidade é remota, já que estou com a passagem de volta comprada e acomodações reservadas no país. Mas sabe como é, né? A gente sempre acha que pode encontrar um agente menos benevolente que possa encrencar com algum detalhezinho que deixamos passar (eu não acho que deixei passar qualquer coisa, mas, sabe como é a neurose...).

3) Me enrolar toda no aeroporto e perder o voo de conexão. Tanto na ida quanto na volta, devo passar pelo aeroporto de Paris, e de lá pegar o voo de conexão para a Itália ou para o Brasil. Só que eu sou muito tapada para andar em lugares que nunca fui antes, saber onde fazer determinadas coisas. Aqui no Brasil eu me viro perguntando às pessoas, transeuntes, atendentes. Quem tem boca vai a Roma, certo? O lance é saber se essa boca, que não sabe falar francês, vai conseguir chegar a Florença! Tenho medo de ficar rodando como barata tonta no Charles De Gaulle e acabar perdendo o voo.

4) Os euros não serem suficientes. Tudo bem. Eu tento pensar racionalmente e considerar que consegui juntar dinheiro suficiente para não passar aperto na Itália - ainda mais que as acomodações já estão pagas, só precisarei pagar por alimentação e transporte por lá. Mas a neurose.... que diabo! Fica ela martelando na minha cabeça que pode ter havido alguma inflação maluca na Europa e o dinheiro não render tanto quanto eu estou pensando...

Bom, essas são as principais neuroses que estão rondando minha cabeça. Há outras, claro, mas essas são menores e eu consigo lidar com elas - por enquanto! rs