domingo, 5 de julho de 2009

Meu celular, minha vida

Há pessoas (e não são poucas) que assumem um relacionamento quase orgânico com seu celular. O aparelho vira extensão por completo do usuário, de tal forma que essa pessoa não consegue viver sem ele.

Eu não sou nenhuma usuária hard de celular, muito longe disso: falo estritamente o necessário, envio alguns torpedos e só recentemente é que fui usá-lo para outros recursos, como ouvir músicas e enviar foto-torpedos. Por outro lado, não fico facilmente espantada com o nível de simbiose que algumas (ou muitas!) pessoas desenvolvem com o aparelho. Dou de ombros e digo que são sintomas da pós-modernidade, ou algo que o valha.

Mas nada me preparou para o que testemunhei hoje, voltando da casa dos meus pais para o Rio de Janeiro.

No ônibus de viagem, senta-se ao meu lado uma mocinha de uns 17 ou 18 anos que simplesmente não largava o seu celular (ela até poderia ter mais, talvez 20 e poucos anos. Sou péssima para avaliar a idade de outras pessoas). Entrou no ônibus já agarrado nele, falando com alguém, e assim continuou por um bom trajeto da viagem. Nada parecia interromper sua conversa animada.

Quando digo que nada parecia interromper, quero dizer exatamente isso: NADA interrompeu a conversa da menina. Nem quando, lá pela altura de Casimiro de Abreu, a moça começou a passar mal por causa da viagem e teve que recorrer a um saquinho plástico. Isso mesmo: a mocinha não desligou o celular nem para colocar os bofes para fora. Esvaziou o estômago e voltou a falar no celular, como se nada houvera acontecido.

Às vezes penso ser uma espécie de sina minha ser uma testemunha do inacreditável, mas ao menos serve para encher este blog de posts.

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Provavelmente isso não seja uma sina, mas o dom de prestar atenção às coisas inusitadas que acontecem no dia-a-dia e quase ninguém nota. P.s. sou visitante assídua do seu blog, e tenho uma grande estima pelo mesmo. Abraço!

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  3. Elaine,
    Fiquei com peninha de vc por essas duas situações chata:
    - Sentar junto de uma pessoa que não para de falar pelo celular;
    - Está presente na hora em que esta moça botou os bofes para fora.

    Estava com saudades deste blog!!

    bjão :)

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  4. Luana, pode ser mesmo que meu senso de observação seja aguçado, mas, neste caso, a moça estava bem do meu lado... Não tinha como não notar!

    Lu, nem precisa ficar com pena, porque eu estava com meu MP3 player ouvindo música, então nem ouvia o que ela dizia - apenas via que ela estava falando ao celular. Sempre desagradável ver alguém chamando "raul", mas inusitado mesmo é fazer isso enquanto fala ao celular. Não gostaria ser a outra pessoa do outro lado da linha...

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  5. Passei por aqui e adorei seu blog! ^^
    Mto interessante mesmo.. PARABÉNS!
    Um abraço. ;)

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  6. Eu fiquei imaginando a cara da pessoa que falava com ela:
    - Espera um pouco... ugoooo!!!
    - o.O Tá tudo bem, amiga?!
    - Lógico, pode continuar a fofoca.

    Porque a coisa mais normal do mundo é você conversar ao celular enquanto solta tudo para fora :P

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