terça-feira, 26 de maio de 2009

O duende da limpeza

No filme Sinédoque, Nova York, há uma parte em que uma das personagens contrata uma diarista e só se comunica com ela através de bilhetes - nunca há interação entre as duas mulheres. Quando vi no cinema, ri, porque é exatamente o que está acontecendo comigo: não sei o nome da diarista que vem à minha casa, nem como é seu rosto.

Não, eu não sou maluca de sair colocando uma completa desconhecida na minha casa. Ela é irmã de uma antiga diarista minha, que não pôde assumir minha casa porque já está com a semana lotada. Ela apenas passou a chave da minha casa para a irmã que, quinzenalmente, vem fazer a faxina aqui.

Saio de manhã antes de ela chegar, e, quando volto do trabalho, ela já se foi. O único rastro de que ela passou no meu apê é a limpeza e a arrumação. Por isso, passei a chamá-la de duende da limpeza, meio como uma fada do dente ao contrário: eu deixo dinheiro em cima da mesa como oferenda e, ao chegar em casa, está tudo limpo e arrumado.

Já estamos nessa dinâmica há dois meses, mas hoje o duende resolveu se apresentar. Chegando em casa, encontro uma nota em cima da mesa do computador: "Oi. Meu nome é Virlei. Meu celular é XXXXX".

Então o duende tem nome... Muito prazer, Virlei!

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