segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Filme: A onda

Nessa era de Aquarius, terceiro milênio e etc., costumamos ter uma visão meio arrogante com relação ao passado. "Como éramos selvagens", comentamos, de nariz empinado, ao ver atrocidades que não aconteceram há tanto tempo - como a Segunda Guerra Mundial, por exemplo.

O grande enigma é: com tudo o que sabemos hoje, seria possível um ditador como Adolf Hitler ascender ao poder? Seria possível o surgimento de um regime como o nazi-fascista nesse admirável mundo novo? É esse o questionamento levantado pelo filme A onda (Die welle, 2008), produção alemã que encara corajosamente esse tema espinhoso.

"A onda": experiência de nazismo em sala de aula

A sinopse: Rainer é o professor de uma escola alemã, destacado pela diretoria para dar um seminário de uma semana sobre autocracia, tema que pouco o interessa - e muito menos aos alunos, terceira geração pós-guerra que já está com os pacovás cheios de ouvir falar do nazismo. Até que ele levanta a questão: "Seria possível, nos dias de hoje, haver um outro nazismo? Haver uma adesão popular tão maciça quanto foi naquela época?". Os alunos apostam que não, e o professor tem a ideia de fazer um pequeno teste: usar técnicas de persuasão nazista para conseguir a adesão dos alunos e simular uma autocracia na sala de aula. Os efeitos são surpreendentes, até mesmo para o professor.

O filme é livremente baseado na história real de um professor americano, que implementou a mesma técnica em uma escola na década de 1960. O roteiro é bem diferente do que a história documentada pelo tal professor americano, mas serve como alerta para todos nós sobre fantasmas que já julgamos mortos e enterrados: não estão tão enterrados assim que não possamos vê-los, à nossa espreita. A possibilidade de surgir um novo nazismo é tão presente quanto nós somos humanos.

Um comentário:

  1. Eu li sobre esse filme e achei bem interessante. Ás vezes penso que poucas produções são feitas sobre o assunto por causa do medo de que essa realidade, o nazismo, volte a tona. De qualquer maneira, é um assunto para ser dicutido, quer queira ou não.

    Beijos.

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