quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sem nome

São nove horas da noite. Volto para casa de ônibus. Estou cansada, minhas pernas doem, meus olhos ardem: tudo que quero é descansar.

O ônibus para em um sinal e, vindo do nada, um menino se alinha às janelas do veículo. Pequeno, magro, chinelinhos que mal protegem os pés imundos. Seus olhos suplicam, ele ergue as mãos, pede um trocado.

Fecho os olhos. Não quero ver, não quero sentir, fecho os olhos porque estou cansada, minhas pernas doem, meus olhos ardem e quero chegar em casa, oh, como eu quero chegar em casa!

Abro os olhos e o truque de mágica se concretizou. O menino desapareceu, como que dissolvido pela garoa fina que caía. E senti a humanidade morrer dentro de mim.

4 comentários:

  1. Puxa, quem já não passou por isso? É triste mas eu também tenho remorso por fechar os olhos (várias) vezes.
    bjs

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  2. Gostei muito desse lindo espaço amiga. Vou continuar ti visitando. Um abraço de Manoel Limoeiro de Recife-PE.
    Visites os Blogs abaixos:
    http://www.comunidaderecife.blogspot.com/
    http://www.manoellimoeiro.blogspot.com/

    Recife-PE., 30 de outubro de 2009. Sexta-feira

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  3. Nessas horas a gente nunca tem certeza sobre o que fazer e, quando a criança vai embora, bate aquele remorso. O ser humano é estranho mesmo.

    Beijos.

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  4. É verdade... é nesses momentos que vejo que amar o próximo é uma missão super difícil, mas não impossível.

    Bjs

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