Depois, o sorriso. Alguma coisa na revista o fizera sorrir, e seus dentes eram bem brancos e alinhados. Os lábios eram normais, nem finos, nem grossos, mas bastante vermelhos. E como a boca estava ali, para notar seu nariz levemente adunco era um passo. E depois de notar o nariz, os olhos negros, de um negror tão forte que íris e pupila se fundiam.
E de novo os dedos, quando ele passou para a outra página. Eram dedos que combinavam deliciosamente com seus braços, também compridos. Às vezes, quando ele me abraçava, dava a impressão de que podia abraçar o mundo todo junto. Braços que se uniam nas minhas costas, dando um nó tão perfeito que pensei que nunca se desmancharia.
Mas se desmanchou. E agora, a última parte do corpo de Otávio que eu vi eram suas costas largas, caminhando decididamente para uma direção oposta a que eu queria que caminhasse.
- P.S.: Já escrevi esse conto há algum tempo, e gosto muito dele.
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