Não sei o que acontece: nunca tive sorte com vizinhos.
As pessoas me contam histórias maravilhosas sobre seus vizinhos, de como eles estão sempre lá presentes para ajudá-los, de como já tomaram emprestado não apenas as famosas xícaras de açúcar, mas também CDs, DVDs, eletrodomésticos e até carros. Comigo é diferente. Ao lado da minha casa, já morou toda a sorte de vizinhos folgados, barulhentos, enfim, a crème de la crème da falta de educação.
Abro um parêntesis: até que, no apartamento em que vivo hoje, tenho um relacionamento legal com meus vizinhos. O fato de eu passar quase o dia todo fora parece facilitar nesse mister, é verdade, mas já consegui ajuda deles em algumas situações chatas. Deles eu realmente não tenho do que reclamar.
Mas então por que é que estou contando essa história toda? É por causa de minha outra casa, a que acabo de comprar na cidade que morava antes de vir para o Rio.
Fui lá neste fim de semana para mostrar minha casinha para uns familiares: ela fica dentro de um desses condomínios fechados, com jeito de cidade de interior, muito agradável. Só que, como a casa acabou de me ser entregue, ela ainda não tem portão. Olhei o gramado (que está bem castigado, aliás) e vi umas catotinhas brancas. Ora, eu já tive cachorro por 17 anos e sei muito bem o que é isso: é cocô ressecado.
Minhas suspeitas se confirmaram quando, de repente, surge um pinscher lépido e faceiro correndo no meu gramado, já pronto para fazer suas necessidades, numa familiaridade de quem não está fazendo isso pela primeira vez. Acontece que bichinho pertence ao vizinho da frente que, ao ver a dona da casa ali, olhando tudo, chamou o cachorrinho na hora, todo sem graça.
Eu estou louca ou é o cúmulo da cara-de-pau e falta de respeito simplesmente deixar seu cachorro fazer as necessidades no gramado da casa de outra pessoa, mesmo que a casa esteja fechada? É cada um que me aparece...
Há 2 anos