Esta semana, voltei a morar no Rio depois de três anos residindo no interior do estado. Mesmo que durante este período eu tenha vindo para cá com certa regularidade, o choque foi inevitável.

Primeiro: o Rio é um saco sem fundo de gente. Parece não ter fim. Aonde se vá o local está lotado, há fila para tudo.
Segundo: o trânsito é um caos. Eu, que já reclamava dos problemas que tinha na minha cidade de origem, fico estarrecida com as demonstrações de imprudência e imperícia que vem de todos os lados. E olha que não estou dirigindo por aqui! Só de carona dá a maior aflição. Não sei como vai ser quando comprar o meu carro...
Terceiro: aqui não existe "Dou um pulinho ali e já volto". É fisicamente impossível! O "já volto" é, tipo, duas, três horas depois. Pelo mesmo princípio, podemos afirmar que a pontualidade é item raro.
Quarto: você encontra todo o tipo de gente. Não dá para dizer que o carioca é simpático, nem que é antipático. Fui a um restaurante em que a moça que anotava o peso do prato era a simpatia em pessoa, e a moça do caixa, um nojo.
Falando assim, até parece que eu não sabia dessas coisas, que eu nunca morei no Rio - passei seis anos morando aqui. Mas a gente se acostuma com outra vida, outro ritmo, outra cidade. Em suma: tenho que reaprender a ser carioca.
- Foto: resisti ao clichê Corcovado-Pão de Açúcar-Praia de Copacabana. Resolvi colocar um retrato bem cotidiano - a estação de metrô lotada de gente para pegar a Linha 2, que serve os bairros da Zona Norte. Aquele abraço!