quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Balanço e Planejamento Estratégico

Não sei se isso é cacoete brabo de working girl (provável que sim, rs), mas já há algum tempo tenho definido planejamentos para a minha vida, determinando onde gostaria de estar daqui a dois, três anos. Como todo planejamento estratégico, ele é revisado de ano em ano. Vejamos como ficou o meu planejamento de 2009:

  • Quitar minha casa - Não cheguei lá, mas estou bem perto disso (ainda bem)
  • Mudar de emprego - Feito.
  • Passar um mês na Itália - Adiado para 2010
  • Terminar a pós - Já entreguei a monografia, então estou quase lá também.
  • Ler mais livros - Consegui ler mais do que em 2008 (o que não foi nenhuma dificuldade, já que li pouquíssimo no ano passado).
Agora, meu planejamento para 2010:

  • Passar um mês na Itália - Oxalá!
  • Quitar e alugar minha casa - Uma grande possibilidade.
  • Passar em um concurso público - essa tal de estabilidade está me atraindo cada vez mais.
  • Começar um MBA, mestrado ou uma nova graduação - Estou sentindo falta de estudar, encontrar pessoas, debater ideias...
  • Ler mais livros - A lista está gigante...
Será esse um planejamento factível? Que venha 2010 para colocá-lo à prova...

    segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

    Filme: Eu odeio o Dia dos Namorados

    É, bem que eu gostei desse título. Eu também odeio o Dia dos Namorados e a "obrigação" que ele sempre traz a qualquer mortal: quem está em um relacionamento, tem que comprar um presente, e, quem é solteiro, tem que ficar explicando zilhões de vezes que não vai morrer nem se desintegrar ao passar por essa data desacompanhado. É, realmente, um saco, e aí me deparei com essa comédia romântica com a Nia Vardalos e o John Corbett.

    Eu adorei o Casamento grego e achei que a química entre os dois atores, naquele filme, foi excelente. Por isso, me preparei de corpo e alma para ver uma deliciosa comédia romântica com gosto de dia chuvoso, coberta e brigadeiro de colher. Só que... O FILME É UMA MERDA.

    Vamos aos motivos desse desabafo em caixa alta:

    1) O título é uma enganação. Para começar, o título está errado. A personagem principal não odeia o Dia dos Namorados! Como florista, Genevieve, a personagem da Nia Vardalos, a-do-ra essa data, obviamente: é o momento de maior rendimento da sua loja.

    2) Amigos gays estereotipados. Claro que, no mundo do terceiro milênio, mulher moderna que é mulher moderna tem que ter seu melhor amigo gay a tiracolo. Genevieve não tem apenas um, mas dois amigos gays! Um casalzinho! Que trabalha numa floricultura! Parece que resolveram jogar todos os estereótipos de gays numa panela, mexeram, e de lá saíram esses personagens.


    "Oh, meu Deus, eu sou um estereótipo!"

    3) Nia Vardalos não sabe atuar. Estou começando a achar que Casamento grego foi mais um documentário do que ficção. Afinal, uma pessoa que trabalhou tão bem nesse filme, não pode ser a completa debilóide-que-ri-de-tudo que aparece em Eu odeio o Dia dos Namorados. Não dá para acreditar. Genevieve só fala sorrindo e com os olhos arregalados, como se estivesse chapada o tempo todo - ou como se estivesse à beira de um surto psicótico. Medo, muito medo.

    4) História fraca. Esse é o problema de nove entre dez comédias românticas, é verdade. Mas, nas comédias românticas medianas, que cumprem o seu papel, isso sempre acaba sendo superado por um fator primordial: o carisma do casal principal, que é o problema número...

    5) Química zero. Infelizmente, a química entre Nia Vardalos e John Corbett não rolou nesse filme. Toda vez que os dois estavam juntos, eu ficava com medo da Genevieve ter um surto e começar a metralhar todo mundo.

    6) Acho que já chega, né? Já há motivo suficiente para correr deste filme. Depois não digam que não avisei...

    domingo, 13 de dezembro de 2009

    Música: Nick Drake

    Apesar de Nick Drake não ser um nome muito conhecido no Brasil, é provável que muitas pessoas, sem saber, tenham ouvido algumas de suas músicas em algum filme. Os milhões de espectadores de A casa do lago, por exemplo, podem não ter se tocado que a bela música que embala um momento melancólico de Keanu Reeves na casa do título é justamente Pink Moon, uma das obras-primas de Drake.

    Biografia

    O inglês Nicholas Rodney Drake, que hoje é referência na música folk com suas composições belas e melancólicas, na verdade teve uma história de vida triste e sem qualquer reconhecimento. Sua curta discografia, de apenas três albuns - Five leaves left, Bryter Layter e Pink Moon - não teve a receptividade que sua genialidade merecia. Conta a lenda que a derrocada na venda dos discos foi tão acentuada que, após a conclusão do último album (que ele gravou sozinho, em duas noites, acompanhado apenas pelo engenheiro de estúdio), Nick Drake entregou as fitas-mestre no balcão da gravadora, colocou-as junto a uma recepcionista e saiu sem falar com ninguém. As fitas ficaram lá durante duas semanas, até que alguém as percebesse.

    Portador de depressão clínica, Nick Drake jogava em suas músicas todas as angústias que os remédios não davam jeito. O resultado são canções belas demais para caber em qualquer peito, qualquer mente - e talvez por isso a geração anos 70, solar, floral, cheia de perspectivas, não tenha digerido muito bem isso.

    Nick Drake era uma pessoa contraditória: apesar de sonhar com o sucesso como cantor, não conseguia se conectar com seu público e se recusava a participar de qualquer ação promocional. Segundo relatos, nos poucos shows que se propôs a fazer, mal dirigiu duas palavras ao público, parava o concerto muitas vezes para afinar o instrumento para tocar a próxima música. E foi assim, sem o sucesso que almejava, que o cantor-violonista-compositor suicidou-se acidentalmente em 25 de novembro de 1974, com apenas 26 anos.

    O álbum preferido


    Minha obra preferida do Nick Drake é justamente o último disco, Pink Moon, todo feito apenas em violão (exceção da faixa-título, que tem também um piano, tocado por ele).  Na primeira vez em que ouvi essas músicas, não pude tirar da cabeça a beleza crua de tudo aquilo, a poderosa força que invadia meu coração e fazia com que ele ficasse três vezes mais pesado (mais ou menos como o Grinch no Natal). Era tudo lindo demais para ser suportado, e sucumbi. Mas era um desabafo bom, que me fez bem, e eu quis ouvir mais. Quando escutei seu álbum mais trabalhado, Bryter Layter, me deparei com a maravilha que é Northern Sky e desejei muito que aquela música tivesse sido feita para mim.

    Mais, não direi: porque falar sobre a música de Nick Drake é tentar explicar o que é Picasso, Van Gogh, Dali - não tem explicação, apenas coração. Ouçam e tentem me compreender:

    Nick Drake na Last.fm

    sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

    Filme: 500 dias com ela

    Como qualquer mulher "normal", eu adoro uma comédia romântica - embora, reconheço, a fórmula normalmente usada esteja bem batida e a maioria dos filmes que saem no mercado seja bem abaixo da média. Mas 500 dias com ela (500 days of Summer, no original) não é uma comédia romântica como as outras.

    Para início de conversa, quem é o personagem principal é um homem. Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), um arquiteto por formação que, por uma dessas coisas da vida, acaba preso anos a um trabalho como redator de cartões comemorativos, é um cara introvertido e romântico, que acredita piamente que um dia encontrará sua alma gêmea. Eis que seu chefe contrata como secretária Summer Finn (Zooey Deschanel, no seu milésimo papel como uma destrambelhadinha), uma moça de espírito livre e que não gosta de se sentir presa a um relacionamento. Tom, é claro, cai de quatro por Summer, e o filme inteiro é uma sequência de flashbacks e fast-forwards de como o relacionamento entre os dois (como amigos, amantes, etc) se desenrola no decorrer dos tais 500 dias do título.


    E não é que ela adora The Smiths?

    Estamos sempre acompanhando Tom em sua busca por entender como funciona o mundo de Summer. Com dois amigos tão disfuncionais em relacionamento quanto ele, só resta a Tom recorrer à precoce irmã de 12 anos para pedir conselhos amorosos. Algumas das cenas mais engraçadas do filme se dá justamente quando ele dialoga com esse núcleo.

    Destaco também a ótima trilha sonora, composta por The Smiths, Simon & Garfunkel, Feist, Regina Spektor, Carla Bruni (é, a primeira-dama francesa), entre outros.

    Avaliação? Eu absolutamente adorei esse filme! Muito, muito divertido, inteligente e, acima de tudo, refreshing (infelizmente não encontro um equivalente em português para essa palavra).

    Para ver o trailer do filme, é só clicar aqui.