domingo, 28 de junho de 2009

Um estouro!

A culinária MacGyver está de volta! Prato do dia? Bolinho de aipim.

Só que, desta vez, a receita não deu muito certo... Quero dizer, acho que daria certo para o próprio MacGyver escapar de alguma prisão, isso sim!

O que aconteceu: havia sobrado um pouco de aipim cozido que fiz para o lanche e resolvi fazer bolinhos de aipim. Peguei uma receita na internet e - aí vem o problema - por não ter os ingredientes em casa, tive que fazer, assim... umas adaptações.

A receita pedia que se misturasse uma gema ao aipim amassado, mas pensei que margarina poderia ter a mesma consistência. Era para enrolar o bolinho e passar na farinha de trigo, mas, como não tinha farinha, passei na maisena.

Acho que essas adaptações não foram bem-vindas, porque os bolinhos literalmente explodiram quando foram fritos! Voou massa de bolinho de aipim para todos os lados da cozinha, queimou a palma da minha mão (inchou na hora!) e só restaram umas casquinhas ocas.

Nem sempre a gente acerta, né... :(

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Abra-te, Sésamo!

Então a chave da minha porta travou legal na trinca tetra (tenta falar isso rápido...). Ela gira para um lado e para o outro, mas sair mesmo, que é bom, nada. Puxo, faço força, uso alicate e nada: não sai nem com feitiço de Harry Potter.

Chamei o chaveiro para resolver a história. Ele chega, conto o que aconteceu. Seu veredicto? "Moça, em trinta anos de serviço, eu nunca vi um troço desses". Ah, se eu ganhasse um real cada vez que ouço isso! Certas situações só acontecem comigo...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Culinária MacGyver

Quem mora (ou já morou) sozinho sabe do que estou falando: por mais que compremos o mínimo possível para uma pessoa só consumir, a geladeira acaba virando depósito de restos de comida. Queijo é sempre um problema: começa a ficar velho, rançoso, bolorento, tem que comer logo. Verdura e legume também não duram muito. O jeito é recorrer ao seu MacGyver* interno, juntar essas sobras e ver o que dá para fazer.

"Com esses ingredientes, eu faço um detonador e fujo daqui!"

Na minha geladeira e despensa, havia os seguintes itens:

  • Pouco menos da metade de um queijo minas que meus pais trouxeram para cá e deixaram aqui;
  • Uma cebola de umas duas ou três semanas (se não mais!);
  • Um pacote de pozinho sabor quatro queijos, que a diarista, por motivos ignorados, não usou quando fez um miojo;
  • Um pote gigantesco de margarina que está para vencer em agosto e não faço ideia de como vou consumir até lá.

Hoje fui à feira e comprei uma cebolinha para fazer o seguinte: uma pasta de queijo minas com cebolinha para passar no pão na hora do lanche!

Fritei a cebola de um mês na margarina que vai vencer em agosto, piquei a cebolinha e diluí o pacote de pozinho de miojo em 1/4 de xícara de água quente. Depois, bati tudo no processador com o queijo minas quase rançoso. Prontinho! Uma pastinha boa pra carramba, como diria o Claude Troisgos.

*pesquisei o nome no Google para saber escrever, claro!

sábado, 13 de junho de 2009

Festa junina? Que festa junina?

Minha sobrinha de oito anos chegou em casa com a novidade:

- Na festa junina da escola vou dançar forró-funk.

Antes que nos recuperássemos de uma síncope cardíaca por ouvir a palavra "funk", veio a lista do figurino: saia, blusa xadrez, meia arrastão.

- A saia pelo menos é de caipira, né? - perguntei, já meio desanimada.

- Não, é saia jeans - elucidou minha irmã.

Realmente, não sei o que acontece. Num país como o Brasil, já é difícil preservar a história, a tradição do povo por meio de documentos. É uma nação que não dá a menor bola para a sua memória. Mas, pelo menos, tínhamos as festas tradicionais como registro oral da nossa cultura. E, dentre as manifestações culturais brasileiras, a minha preferida sempre foi a festa junina.

Uma mistura de homenagem aos santos mais queridos do Brasil e festa com um quê de paganismo, as festas juninas sempre foram um momento de muita felicidade: comida boa, tempo gostoso, friozinho, e as animadas danças quadrilhas, com pessoas vestidas à caráter.

E aí começou esse odioso movimento para descaracterizar mais uma tradição da nossa cultura nacional. Primeiro, foram as roupas de caubói americano, que substituíram as caipiras. Depois vieram o forró e a música de rodeio, para jogar para escanteio as quadrilhas tão conhecidas. Agora, pelo que me informa minha sobrinha, a moda é o forró-funk, o que quer que seja isso.

Já consigo imaginar, num futuro não muito distante, uma criança chegando esbaforida da escola:

- Mamãe, mamãe! Na festa junina desse ano, a professora resolveu mudar tudo, inovou mesmo!

- Como assim, meu filho?

- Agora a gente vai ter que usar umas roupas assim, todas fingindo que estão remendadas... como é mesmo o nome que ela usou...? Ah, caipiras!

- Caipiras?

- É! Caipiras! E não é só isso! A gente vai dançar uma música esquisita lá... Não é forró, nem axé, nem sertanejo, nem forró-funk! A música é assim: "pula a fogueira, iá-iá, pula a fogueira, iô-iô, cuidado para não se queimar, olha que a fogueira já queimou o meu amor..."

- Quer dizer que vocês vão dançar quadrilha?

- É esse o nome mesmo! Viu como nossa escola é moderna?

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Condessa de Barral

Escuso falar de saudades, que são apenas mitigadas pelas cartas. Adeus e sempre, sempre - o seu P.

Com que olhos você quer que eu leia [suas cartas], estudando dobradamente com meu filho? [...] estou abarrotada de cartas suas!
Quem é P. e a quem ele dirige este recado apaixonado? E a quem ele está soterrando de cartas cheias de saudade?

P. é Dom Pedro II, e sua amada é a Condessa de Barral, tema de um maravilhoso livro de Mary del Priore: Condessa de Barral - A paixão do Imperador. (Mary é autora do livro O príncipe maldito, que recomendei em outra ocasião).

Não se poderia dizer que era uma mulher à frente de seu tempo (que expressãozinha batida!), mas Luísa Margarida Portugal e Barros era muito acima da média da época, de mulheres que recebiam o mínimo de educação possível só para não fazer feio em eventos sociais.

Educada na França com todo o rigor que dispensavam à educação dos homens, foi dama de companhia da Princesa Francisca, irmã de Dom Pedro II, quando esta se casou com um nobre francês. Esse foi o passaporte para que Luísa se tornasse preceptora das princesas imperiais brasileiras, Isabel e Leopoldina - e uma das mulheres mais influentes do Segundo Reinado.

Bonita, inteligente, articulada e extremamente culta, Luísa encarnava todos os ideais românticos de Pedro, casado por procuração com uma princesa austríaca feia e sem brilho algum. Durante toda a vida, Dom Pedro II procurou ser uma imagem oposta a do seu pai, mulherengo assumido que teve, conta-se, mais de 50 filhos fora do casamento. Sabe-se de poucos casos que teve, sempre discretos, mas, com Luísa, foi amor para a vida toda, mais de 30 anos juntos. E um amor que nem sempre se traduzia em manifestações carnais de afeto: era o bom e velho amor platônico, de reconhecimento de almas afins - embora, claro, acredite-se que eles chegaram mesmo às vias de fato. A troca de olhares e pisões de pé (forma de carinho comum em Portugal na época) aconteciam em frente mesmo das pupilas imperiais, com o máximo de disfarce que era possível a dois apaixonados.

Mais uma vez recomendo essa leitura!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Maraca lotado!

A primeira vez que fui ao Maracanã foi no dia das mães, como relatei em um post anterior - estádio vazio, tranquilo, jogo morno entre o São Paulo e o Fluminense. A segunda vez que fui ao templo do futebol, neste domingo, foi a completa antítese: era um Maraca lotado com 71 mil rubro-negros doidos para ver a estreia do Adriano Imperador.

Não bastasse esse clima de festa para o retorno do filho pródigo, antes da partida, os telões do estádio transmitiram ao vivo o pronunciamento da Fifa listando as 12 cidades brasileiras que irão sediar a Copa de 2014. O Rio de Janeiro não era propriamente uma surpresa - a final do campeonato será, inclusive, no Maracanã. Mas ao ouvir o nome da cidade ser pronunciado por Joseph Blatter, toda a torcida aplaude, grita, comemora. É lindo de se ver. Fogos de artifício explodem com as cores da bandeira do Brasil, Sandra de Sá está no gramado e canta País tropical.

Minha pele arrepia, meus olhos lacrimejam: danem-se os intelectualóides que classificam o futebol como o ópio do povo! Eles provavelmente nunca puseram os pés num Maracanã lotado.

P.S.: talvez pareça insensível de minha parte falar de um assunto assim em tempos como esses. Mas é uma forma de proteção contra essa tragédia que deixou nossa semana ainda mais cinzenta.